domingo, 12 de junho de 2011

MALHAS URBANAS

Antecedentes urbanos: liberar o tecido urbano (função militar); ocorre uma grande transformação – um terço do tecido da cidade é atingido com a expansão; Plano de Reforma – Plano dos Artistas (1793 – 1797); região mais populosa – classe operária fica à margem esquerda do Rio Sena (três quartos da população residiam nesta área).

 
A gestão de Rambeteau: não modifica a estrutura da cidade; implanta série de reformas, respeitando o tecido urbano existente (arte urbana); tenta dar qualidade sem desfigurar; cria os passeios (não existiam); arboriza, cria pavimentação nas ruas; cria comissão de Monumentos Históricos (Viollet-le-Duc); faz paisagismo (melhoria sanitária).
A gestão Berger: reconstrução da cidade; cria Rua das Escolas; cria lei que os imóveis devem ser limpos de dez em dez anos.



                  Planta de Paris em 1853, antes dos trabalhos de Haussmann. Fonte: Livro História da Cidade, Leonardo Benevolo.


A Reforma de Paris e o Plano de Haussmann
  O principal objetivo da reforma urbana idealizada por Haussmann para Paris, é o de liberar o tecido urbano para facilitar manobras militares. A grande transformação da cidade ocorre em um terço do tecido da cidade sobre a ideia da grande expansão.
  Um dos principais pontos da reforma de Haussmann é a reforma da Ìlle de la Cité em área militar. Para atingir esse objetivo, todas as edificações existentes são demolidas. Para Haussmann, “a arquitetura é um problema administrativo” e só deve visar os interesses de Napoleão, interesses esses, de cunho estritamente militares. A partir daí, é produzido um urbanismo totalmente racionalista visando apenas à técnica e desconsiderando o aspecto histórico.
O foco principal é a melhoria da circulação, o acesso rápido a toda a cidade como visão estratégica, estabelecendo uma imagem geral de modernidade. Esta mudança de imagem envolve também a questão da insalubridade. Para isso são eliminados bairros considerados degradados, as ruas são arborizadas e recebem sistema de iluminação.

A antiga cidade medieval, com traçado orgânico e ruas estreitas, é cortada por grandes eixos e contornada por um anel viário. São criadas praças com monumentos que servem como ‘cenário’. São criados vários boullevard e um novo elemento urbano, o carrefour
(rotatória). Essas intervenções regularizam o traçado não aproveitando o existente, transfigurando a cidade.
Esquema de trabalhos de Haussmann em Paris – linhas mais grossas, novas ruas – tracejado quadriculado, novos bairros – tracejado horizontal, os dois grandes parques periféricos: o Bois de Boulogne (à esquerda) e o Bois de Vincennes (à direita).
 Fonte: Livro História da Cidade, Leonardo Benevolo.
   
São abertos parques e jardins públicos: Jardin dês Tulleries, Palais Royal, Parc Montsouris. Surge a figura do quarteirão que é determinado pelo sistema viário – neste caso o quarteirão é residual, configurado a partir do que ‘sobra’ depois de definido o traçado viário, tornando-se um elemento complexo formado por lotes de formato irregular. São definidas leis de ocupação: cada lote é perpendicular à rua e não tem a mesma medida padrão; os edifícios passam a ter leis de padronização para as fachadas; a tipologia urbana segue um catálogo pré-definido, passam a ter unicidade arquitetônica; as galerias e passagens passam a ter função comercial – multifuncionalidade do quarteirão e abrigam cafés e lojas. São definidas áreas especiais para as estações ferroviárias. 



Divisão de Paris em 20 arrondissements – a linha mais grossa define o antigo cinturão alfandegário do século XVIII.
Fonte: Livro História da Cidade, Leonardo Benevolo.
  



          Palácio parisiense construído na época de Haussmann – padronização de fachadas.  Fonte: Livro História da Cidade, Leonardo      Benevolo. 


A Ìlle de la Cité se transforma no coração da cidade, passando a ser uma área militar e administrativa. Na reforma de Paris, foram destruídos 49km de ruas estreitas antigas, construídos 165k, de novas vias, foi implantado o sistema de esgoto (considerado até hoje um dos melhores do mundo e que atende à cidade toda.
A Paris de Haussmann, é a Paris que vemos hoje. 


         Planta de Paris em 1873 (do Guia Hachette). Fonte: Livro História da Cidade, Leonardo Benevolo. 


Malha urbana de paris:




Sob a liderança de vias férreas foram construídos em um padrão radial, em torno da cidade, para facilitar o transporte e para a integração do interior de Paris e da França rural. A rede foi ampliada de 1931 km em 1950 para uma rede de cerca de 17,400 km em 1870. Da mesma forma, a instalação de um sistema de telégrafo nacional e uma rede de estradas em todo o país contribuiu para a racionalização em curso do espaço nacional e urbana.





Paris de hoje e uma cidade montada sobre mudanças consideráveis ao longo do tempo. Contudo a distribuição de sua malha ainda e visivelmente radial, o que facilita o tráfego de pessoas e fornece pontos de encontro social. As cidades mais antigas têm geralmente visto uma série de destruições em grande escala, mas estes ocorridos antes da benção dos automóveis, e eram muitas vezes reconstruídas no mesmo padrão que já havia evoluído. Essas cidades tendem a serem vistas como rodas sobrepostas onde cada cubo é um local de praça ou reunião, e as pequenas ruas emanam em todas as direções, cruzando uns aos outros como eles vão. Este padrão pode parecer confuso no mapa, mas são muito amigáveis ​​com o tráfego de pé. Isto simboliza a riqueza da experiência enraizada na história.


Eis uma ampliação de um distrito urbano de paris, onde se verifica a distribuição de diagonais curvilíneas da trama urbana atual.

Na periferia de paris é possível observar uma estrutura radial mais acentuada como na vizinhança perto do aeroporto Orly:

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